No plan survives contact with the enemy.
No work of art survives contact with the critics.
No great hair survives contact with the wind.
No faith survives contact with the other believers.
No smart idea survives contact with the masses.
No nice person survives contact with the real world.
No one survives forever.
"On a large enough time line, the survival rate for everyone will drop to zero."
Live fast, die young.
Não gosto de cemitérios. A maior parte das pessoas, quando vai a um cemitério, chora, fica triste, e faz um escafurdal de todo o tamanho. Eu vou lá, e penso que as pessoas não têm sentido estético nenhum, não sabem escolher campas bonitas, não sabem arranjar as flores, não sabem organizar as campas de acordo com as tonalidades da pedra. Penso que os anjinhos são foleiros, que podiam ter escolhidos fotografias melhores para por nas campas, que têm estatuetas a mais. Passado um bocado começo a sentir deslocado, por ser o única que não liga puto a mortos.
Uma vez a minha mãe obrigou-me a ir ao cemitério com ela, ver a campa da minha avó. Ela chorou, pôs flores, velas, falou, e mais não sei o quê. Eu ouvi musica. No fim, a minha mãe ficou zangadíssima comigo por eu não ter chorado, por não ter falado para uma pedra, por me estar a cagar para todos os mortos e para os seus cadáveres em decomposição. E eu fiquei zangadíssimo com a minha mãe por esperar que eu sinta alguma coisa por uma pilha de matéria em decomposição que já não é ninguém, por esperar que fale para uma pedra, por esperar que eu reaja como ela. Ela não aceitou a morte da minha avó, e eu nunca percebi porquê. Todos morremos, e vamos embora para longe, e zangamo-nos e deixamos de falar uns com os outros. Não porque razão é que ela não aceita o inevitável. Nada é para sempre.
É profundamente irritante que ninguém compreenda que os cemitérios não são nada mais que um desperdício de espaço. O corpo decompõe-se, a pessoa está morta. A campa é só um monumento ao egoísmo dos vivos, que não aceitam que as pessoas as deixem. A campa prende as pessoas a uma tristeza estúpida . A campa é a coisa mais idiota alguma vez inventada. A campa é uma representação de algo que já não existe, mas ninguém aceita isso.
Quero desenterrar todos os mortos. Quero queimar todos os cadáveres, e nas cinzas dos cemitérios, quero plantar jardins.
. Por onde ando